
Avenida Bernardo Sayão
por Mariana Oliveira Di Guimarães
A cidade é formada por elementos como a rua, a praça e os monumentos, e são esses elementos que a definem. Cada cidade tem a sua arquitetura, que expressa as ações da sociedade, seu modo de vida, seus sentidos individuais. Cada cidade é única e própria de sua sociedade: sua origem está ligada à história, à cultura e às tradições de certa sociedade. Mas a cidade está sempre em um processo contínuo, não é algo definitivo: a cidade é uma obra inacabada, que está sempre se modificando de acordo com o contexto em que está inserida.
Como já foi dito, os elementos de uma cidade estão sempre em um processo de transformação, devido a vários fatores, como a entrada do comércio e a industrialização, por exemplo. A Avenida Bernardo Sayão, no setor Centro Oeste, em Goiânia é um bom exemplo disso.
Essa avenida, com o nome em homenagem ao engenheiro Bernardo Sayão, era, antigamente, sem movimento e com apenas algumas indústrias de confecção de roupas. Mas, a partir dos anos 70, com o reconhecimento dessas indústrias por comerciantes e, posteriormente, pela chegada de outras fábricas e lojas, a avenida tornou-se um importante centro comercial de roupas, atingindo também as ruas em seu entorno. A vinda de lojas foi cada vez mais intensa, sendo que agora há mais de 2.500 pontos de venda na avenida.
Essa centralização do comércio modificou intensamente a avenida. Antes, essa avenida era um local de circulação e passagem, um lugar de encontro. Agora, ela transformou-se no lugar da troca, do consumo, da mercadoria; as pessoas andam olhando para as vitrines, comprando coisas nas lojas e nas bancas das calçadas, numa verdadeira alienação à mercadoria.
A tranqüilidade da Avenida Bernardo Sayão deu lugar a uma imensa aglomeração de pessoas, atividades e objetos. Agora, as calçadas são divididas entre pedestres, feirantes, barracas, vendedores etc. O congestionamento de automóveis é diário e achar estacionamento é complicado.
Há, em toda a extensão do trecho da Avenida Bernardo Sayão, vários estabelecimentos comerciais no ramo da confecção, o que atrai além da população do entorno, pessoas de outros estados, contribuindo ainda mais para a aglomeração de pessoas na avenida, e aumentando o desconforto de quem passa por ela.
A avenida se transformou de acordo com as necessidades do comércio e da industrialização, subordinando-se ao sistema do consumo. Percebe-se, portanto, que há certa desordem na avenida, causando grandes transtornos às pessoas que tem de circular por ela. Isso mostra a importância de um planejamento urbano.
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